Alto Índice de Acidentes entre Trabalhadores(as) por Plataformas Digitais
Pesquisa aponta para a subnotificação e o agravamento de acidentes e doenças profissionais entre trabalhadores(as) por plataformas digitais.
Estudo do Projeto Caminhos do Trabalho indica que 58,9% dos(as) motoristas e entregadores participantes já havia “sofrido acidente de trânsito, adoecimento, assalto, agressão ou tiro” durante o exercício da atividade laboral, configurando essas ocorrências como acidentes de trabalho.
Os resultados da pesquisa chamaram a atenção, entre outros aspectos, para duas questões importantes:
- a subnotificação de acidentes e de doenças profissionais no Brasil; e
- o agravamento dessas ocorrências entre segmentos de trabalhadores(as) submetidos às acentuadas formas de precarização, observadas no trabalho por plataformas digitais.
Os pesquisadores entrevistaram 160 trabalhadores(as).
- 81,8% deles(as) estavam desenvolvendo suas atividades laborais em Salvador/BA;
- a média de idade apurada foi de 35 anos;
- 96,9% dos participantes eram homens;
- 93,2% eram negros ou pardos;
- 72% dos entrevistados possuíam ensino médio completo.
O estudo reforçou a tese de que em países como o Brasil esse tipo de atividade não poderia ser considerado “bico”.
Os(as) trabalhadores(as) de aplicativos cumprem longas jornadas de trabalho, recebem baixas remunerações e se encontram submetidos a condições e situações laborais de risco.
O estudo Levantamento sobre o Trabalho de Entregadores e Motoristas das Autointituladas “Plataformas Digitais” foi realizado através de uma parceria entre a UFBA e a Fundacentro, no período de março de 2021 a junho de 2023, e realizou um levantamento sobre as condições de trabalho de motoristas e entregadores por aplicativos.