O Trabalho em Plataformas Digitais e a Pandemia da Covid-19
Pesquisa indica precarização do trabalho em plataformas durante a pandemia e taxas de infecção dos(as) trabalhadores(as) por Covid-19 superiores à média nacional.
O estudo O Trabalho em Plataformas Digitais e a Pandemia da Covid-19: Análise dos Dados da PNAD Covid-19/IBGE, desenvolvido em 2021, revela dados importantes sobre o trabalho em plataformas digitais no Brasil.
A pesquisa mostra que:
- a maioria dos(as) trabalhadores(as) em plataformas digitais é do gênero masculino;
- 94,94% dos(as) trabalhadores(as) em plataformas digitais são motoristas;
- 59,20% são negros, constituindo o maior grupo racial entre os(as) trabalhadores(as) em plataformas;
- 38% dos(as) entregadores têm idade entre 20 e 29 anos;
- 28% dos(as) motoristas têm idade entre 30 e 39 anos; e
- a maioria dos(as) trabalhadores(as), entre motoristas e entregadores, tem ensino médio completo.
Além disso, o estudo aponta variações quanto à renda e à jornada de trabalho ao longo dos meses da pandemia, demonstrando que a maior renda média nacional foi de R$ 1.508,02 em novembro, mas que existem unidades da federação, como a Bahia, onde a média de rendimento foi de R$ 754,07.
A pesquisa mostra também que a pandemia trouxe à tona questões de saúde, com taxas de infecção por Covid-19 superiores à média nacional entre esses(as) trabalhadores(as), que arriscavam suas vidas para manter seus rendimentos.
Ao final, a pesquisa revela que o trabalho por plataformas no contexto da pandemia de Covid-19 acentuou as mudanças estruturais no trabalho em curso, introduzindo o conceito do(a) trabalhador(a) “just-in-time“, aquele que está sempre disponível, mas é remunerado(a) apenas pelas tarefas específicas realizadas.